
A turnê Somewhere back in time tour reúne o melhor dos 7 primeiros álbuns da carreira da donzela de ferro (todos os discos da década de 80) e mais o álbum Fear of the dark (o nono da carreira – de 1992). O disco No prayer for the dying ( o oitavo de estúdio) ficou de fora por uma simples razão: é ruim.
Com uma temática diferente de outras bandas, que falam basicamente sobre problemas sociais, sexo e drogas, o Iron Maiden sempre priorizou as letras que falam sobre mitos, crenças, superstições e literatura inglesa. Após a entrada de Bruce Dinckinson no grupo este fato tornou-se mais notório.
No início, com Paul Di’anno nos vocais e um Steve Harris com seus vinte e poucos anos e principal letrista a característica era a rebeldia, as mulheres, temas recorrentes justamente por causa da idade. Passando esta fase (dois primeiros álbuns), começou-se a guinada no estilo de vocal, arranjos e letras. Comprovaremos isto.
Iniciaremos com o primeiro álbum: Iron maiden.

A parte instrumental é bem característica do início dos anos 80, com as guitarras com riffs rápidos e o baixo com tom bem grave. Muitas das bandas da época tinham dois guitarristas, e estes eram divididos em guitarra base e solo. Já no Iron nunca existiu esta divisão. O guitarrista Dave Murray – o boneco Chucky - (desde o início na banda) e Dennis Stratton fazia perfeitamente as duas funções, criando assim um som diferenciado de outras bandas.
Como Steve Harris é o principal letrista, também tem opinião decisiva sobre os arranjos da banda, encaixando perfeitamente com sua composição harmônica e letra. Fato que influencia diretamente sobre a inserção ou não de novos músicos na banda, como o caso da entrada do baterista Nicko Mc Brain, que relatarei posteriormente (álbum Piece of maid). E a presença de Clive Burr nas baquetas garantiu uma bateria poderosa e com viradas que acompanhavam a velocidade do baixo de Harris.

Titulo: Iron Maiden.
Ano: 1980
Duração: 37’35’’
Integrantes:
- Paul Di’anno: vocal;
- Steve Harris: baixo;
- Dave Murray: guitarra;
- Dennis Stratton: guitarra;
- Clive Burr: bateria;
Faixas:
1. Prowler: Com riffs de guitarras inconfundíveis e tocada de forma rápida e precisão, abre bem o disco.
2. Sanctuary: Presente apenas na remasterização em CD, foi lançada como single na época.
3. Remember tomorrow: É outro destaque pelo vocal mais coeso de Paul Di’anno e um arranjo mais lento do que o usual em todo o álbum.
4. Running free: juntamente com Iron maiden são os hits deste álbum. A letra lembra bem o ideal juvenil deste início de década (correr livre, sem expectativas, apenas beber e se divertir era o importante).
5. Phantom of the opera: é a musica mais longa do álbum (7 minutos). Começa com um arranjo de guitarras e baixo no mesmo compasso. O baixo de Harris começa a se destacar com estilo próprio, “as cavalgadas” , técnica na qual tocam-se as cordas do baixo alternando os dedos indicador, médio e anelar, com velocidade e regularidade constantes.
6. Transylvania: é a primeira música instrumental gravada pelo Maiden, acordaria até o conde Drácula.
7. Strange world: não gosto muito desta.
8. Charlotte the harlot: Conta a história de uma prostituta. É uma das minhas preferidas deste disco. Tem uma continuação no álbum The number of the beast (música 22 Acacia Avenue).
9. Iron maiden: O maior clássico do álbum, a música título, contando a história do instrumento de tortura que deu nome ao grupo. Tem um dos melhores refrões da banda (“ Iron maiden wants you for dead...”). Indispensável em qualquer apresentação.
Por hoje é isso. Amanhã continuaremos com o segundo álbum Killers.
Abraço a todos.
Danilo Duff.