domingo, 5 de abril de 2009

15 anos sem Kurt Cobain



Olá parceiros,

Hoje, dia 05/04, faz 15 anos que Kurt deixou esse mundo. E eu, é claro, não poderia deixar de lembrar esse fato marcante na história do rock.
Sempre que me lembro, ou mesmo vejo fotos ou vídeos dele, automaticamente associo sua imagem à tristeza, melancolia, depressão, enfim, todos esses sentimentos assombrosos.
(Embora ele fosse lindo, vamos combinar!)


A infância de Kurt na cidade de Aberdeen, próxima à Seattle, foi profundamente marcada pelo divórcio dos pais. Ele mesmo declarou que o nascimento de sua filha teria sido a maior alegria de sua vida, desde a referida decepção familiar.



O Nirvana, cuja banda Cobain liderava, lançou seu primeiro disco em 1989, o “Bleach”, que por sinal foi um fracasso em vendas (apenas seis mil cópias vendidas - depois de Never Mind vendeu à rodo) fez com que o músico capitalizasse seiscentos dólares para divulgação, deixando-o quebrado e introduzindo-o em outros setores, dentre eles, a limpeza.
Em seguida veio o “Never Mind”, um verdadeiro estouro que lançou o grupo. Músicas como Smells like teen spirit, Come as you are, dentre outras, consagraram o Nirvana, transformando o cenário musical e também os adolescentes da época. Kurt declarou não gostar do referido ábum (por achar comercial demais) e também não o agradava o fato de ser “rotulado” como grunge.
Em 1993, “In utero” foi lançado. Kurt pensou em batizar o disco como “me odeio e quero morrer”, algo bem pesado para quem havia estreado na paternidade. No ano seguinte, saiu “MTV Unplugged in New York”, que rendeu ao Nirvana uma extensa turnê pela Europa. Porém, Cobain com suas crises existenciais, cancelou parte dos shows e um tempo depois tentou suicídio em um Hotel em Roma (foram “só” sessenta comprimidos de narcóticos). Com isso, Courtney deu um ultimato ao marido: caso ele não se tratasse não veria mais a filha.

Dessa maneira, Kurt internou-se em uma famosa clínica de reabilitação na Califórnia. Não satisfeito, pulou o muro e fugiu, foi parar em Seattle. Courtney também estava internada, só que em outra clínica. Quando ficou sabendo da fuga, mandou suspender os cartões de banco e colocou um detetive particular na cola de Kurt (que ficou tido como desaparecido). Não se sabe exatamente que dia ocorreu a morte, mas foi considerada como 05/04.

Muita coisa não foi esclarecida e há quem acredite que não foi um suicídio e sim um assassinato. Fatos como não haver digitais na arma nem nas seringas de heroína que Kurt teria usado para se matar, muito menos na caneta que ele usara para escrever o bilhete de adeus; a quantidade de heroína (muito maior do que uma dose letal) que não lhe permitiria sequer ficar acordado quanto mais segurar uma arma (um rifle); a letra de Cobain em alguns trechos do bilhete de adeus não parecia ser dele; nos telefonemas à polícia três semanas antes, Kurt dizia que estava se escondendo da mulher, além de ter declarado três dias antes de morrer que “temia por sua vida”; o médico que declarou no óbito de Cobain como suicídio era amigo pessoal de Courtney Love e, para encerrar, um integrante da banda Mentors disse que Courtney teria lhe feito a proposta de matar Kurt Cobain pela melódica quantia de cinquenta mil dólares, porém, dias depois, ele apareceu morto, atropelado por um trem.

É, vai se saber...
De qualquer modo, aí está a carta de suicídio encontrada com Kurt:

Para Buda,
Falando pela voz de um simplório experiente que obviamente preferia ser um queixoso castrado e infantil. Esta nota deverá ser bem fácil de compreender. Todos os avisos dos cursos de punk rock, ao longo dos anos. Desde a minha primeira introdução à, diremos, ética associada à independência e à aceitação na vossa comunidade, provaram-se verdadeiros. Há anos que não sinto a excitação de ouvir, ou mesmo criar música, nem sequer compor e escrever. Sinto-me culpado, para além daquilo que as palavras exprimir. Por exemplo, quando estamos no backstage e as luzes se apagam e o barulho ensurdecedor do público começa, não me impressiona da mesma forma que impressionava Freddy Mercury, que parecia adorar e saborear o amor e adulação do público, o que é algo que eu admiro e invejo nele. A realidade é:

Não sou capaz de vos enganar. Nenhum de vocês. É simples, não seria justo nem para vocês nem para mim. O pior crime que eu imagino cometer seria enganar as pessoas, ludibrificando-as e fingindo que me estava a divertir a 100%.
Ás vezes parece-me que preciso de um toque de gongue para me empurrar para o palco. Tenho tentado tudo ao meu alcance para apreciar isso (e ainda tento, Deus, acreditem que tento, mas não é suficiente).
Reconheço que eu e nós influenciamos e divertimos muita gente.
Eu devo ser um desses narcisistas que só dá valor às coisas quando as perde. Sou muito susceptível. Tenho de estar já um pouco entorpecido para recuperar o entusiasmo que tinha quando era criança.
Nas últimas 3 turnês consegui dar muito mais estima às pessoas que conheci pessoalmente e aos fãs da nossa música, mas mesmo assim não consegui ultrapassar a frustração, a culpa e a empatia que sinto por toda a gente. Há algo de bom em todos nós e eu simplesmente amo demasiado as pessoas. Amo-as tanto que faz-me sentir tão triste. O tristonho, susceptível, insensível, peixes, Jesus meu! Porque é que não gozas a cena? Eu não sei!
Tenho por mulher uma deusa que transpira ambição e empatia… e uma filha que me faz lembrar demasiado de como eu costumava ser. Cheia de amor e alegria, metendo-se com toda a gente que encontra porque todas as pessoas são boas e ninguém lhe fará mal. E isso aterroriza-me ao ponto de quase não funcionar, não consigo imaginar que Frances poderá vir a ser o infeliz, auto-destrutivo, death rocker, em que eu me tornei. E correu-me tudo bem, tão bem e estou agradecido, mas desde os sete anos que odeio todos os seres humanos, de uma forma geral. Só porque parece tão fácil às pessoas conviverem e terem empatia. Empatia! Só porque eu amo e sinto pena das pessoas em excesso, talvez por isso.
Agradeço-vos a todos da boca do meu estômago ardente e nauseado, as vossas cartas e a vossa preocupação ao longo dos últimos anos. Sou uma pessoa demasiado excêntrica, instável, criança! Perdi a paixão e lembrem-se: é melhor arder que esvanecer.
Paz, amor, Empatia!
Frances e Courtney estarei no vosso altar
Por favor Courtney continua
Para Frances
Pela sua vida que será bem mais feliz sem mim…
Amo-vos, AMO-VOS…

Fonte: http://www.geocities.com/nirvanaportugal/carta.htm

Segundo o blog News of The World, em junho de 2008, as cinzas de Kurt Cobain, foram roubadas da mansão de Love em Los Angeles. O site indica que as cinzas, que estavam guardadas num "saco em forma de urso de peluche cor de rosa, junto a uma mecha do seu cabelo", foram levadas junto a joalharia e roupas. "Não acredito que alguém me tirasse as cinzas do Kurt. Acho horrível e neste momento estou suicida. Se não as recuperar não sei que vou fazer" disse Courtney Love, citada pela mesma fonte.

Cruzes! É cada uma!

Até mais,
Abraços, Daiane Ramone

4 comentários:

Cristiano Porfirio disse...

Ótimo post Daiane! Tb tenho saudades do bom e velho Nirvana e seu amalucado líder Cobain!

Agora dizer que o cara é bonito, vamos combinar, desnecessário não é msm? hahahahahahahaha

Beijão!

Cristiano Porfírio

Tiago Moralles disse...

Sem mais comentários por Cobain.

Fodástico.

Hannah Islanne disse...

Eu pensei muito antes de vir comentar aqui!
Sou meio fanática por Nirvana sabe :S
então,junto com essas suspeitas q vc considerou ai,ha tbm o fato de q havia um segundo bilhete q Courtney nao liberou!
Infelizmente nessa época o Nirvana ja nao existia mais,nao havia mais a banda,estaria acabado mesmo assim!
Me limito a dizer agora que foi sem dúvida uma grande perda pro rock,pro grunge!
E eu sinto falta de algo que na época nem fazia tanto sentido pra mim pois tinha 6 anos!Estava apenas começando a gostar!

Cristiano Porfirio disse...

Thiag e Hannah, Nirvana realmente é um clássico! Grande perda!

Abração a todos!

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