terça-feira, 25 de março de 2008

Pitty, mais dois wallpapers N.R.D.R.

Depois do papel de parede (wallpaper) do Biquini Cavadão, temos o orgulho de trazer mais dois para a nossa, e para a sua coleção, que em breve será extensa. Instruções: Basta clicar em cima da figura escolhida e pedir para salvar o arquivo. Depois vá ao diretório aonde foi salva e definir como papel de parede.

sábado, 22 de março de 2008

Quem têm medo da inflação?


Alguém se lembra do símbolo da inflação, aquele dragão cuspidor de fogo que atormentou o país durante décadas? Se não lembra, é porque vivemos hoje sob um regime econômico estável, com maior disponibilidade de crédito (ainda que a um custo alto) e com cenário econômico externo positivo. Neste cenário atual, a tendência seria de crescimento ecônomico e conseqüente redução das desigualdades. Como o Brasil quase sempre anda na contramão em relação ao resto do mundo, não seria estranho ver e ouvir as notícias que circularam na imprensa esta semana. O governo teve informações de órgãos ligados à área econômica (IPEA - Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas, órgão subordinado ao Ministério do Planejamento) que o acesso ao crédito à população teve um aumento sigificativo de aproximadamente 29% no ano de 2007 comparado a 2006.

No entanto, esta notícia, que seria motivo para comemoração por parte do governo agora é motivo de preocupação. Com este crédito farto ficou mais fácil se endividar, comprar bens e até serviços através dos financiamentos em bancos e financeiras. As vantagens são muitas, como comprar um automóvel em até 100 meses ou até ovos de Páscoa em 12 vezes sem juros, tornando-se acessível até para as classes C, D e E, com aumento do consumo de produtos outrora supérfluos.

Por outro lado, este aumento do consumo implicaria diretamente no aumento da produção industrial brasileira para suprir a demanda. Contudo, muitos empresários não estão preparados para o aumento desta demanda, e conseqüentemente, isto acarretará no aumento de preços e alta da inflação. Outra alternativa para o aumento do consumo seria o aumento das importações para suprir o mercado interno.
Há especialistas que defendam que este cenário descrito acima não é totalmente desfavorável. O aumento das importações acarreta em melhoria dos produtos nacionais em decorrência da competitividade com os produtos importados. Além de que as exportações brasileiras não seriam afetadas diretamente, porque 80 % das exportações são de commodities, e seus preços são determinados mais por tendências internacionais (demanda de EUA e China, diminuição do subsídio por parte dos governos europeu e norte-americano) do que pelo mercado interno.
Na última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) foi determinado que se o crédito continuar em elevação, o BC intervirá com aumento da taxa básica de juros (taxa Selic) já relatado em ata como "possível surto inflacionário". Eu, como cidadão, fico como uma nau à deriva durante uma tempestade. Pelo excelente momento financeiro que a maioria dos brasileiros vivenciam, vem à cabeça um pensamento shakesperiano: Comprar ou não comprar? Eis a questão.
O governo reclama que o brasileiro consome pouco, que deveria consumir como um americano. Entretanto, quando a economia começa a deslanchar, este mesmo governo segura o crescimento econômico com o aumento de juros e impostos no intuito de fomentar a gastança governamental.

Todos nós adoramos consumir, porém, estes parcelamentos absurdos fazem com que o salário no fim do mês seja exclusivamente para pagar dívidas. Um dia destes analisei as ofertas das Lojas Americanas e estavam com a abstrata parcela mínima de 1,00. As pessoas têm o hábito de se preocupar apenas com o valor das prestações, sem notar quantas são. Este comportamento fez com que determinados segmentos comerciais tivessem queda nas vendas.Comércios como padaria, farmácia, posto de gasolina, entre outros, não se beneficiam deste dinheiro oriundo do crédito farto, vivendo apenas do faturamento imediato, à vista.

O presidente Lula reclama que os empresários não querem investir na construção de novas fábricas. Ora, senhor presidente, não percebe que sem incetivar as empresas com redução de impostos, desoneração das folhas para contratação de novos funcionários, entre outros, não chegaremos aonde pretendemos? Aproximadamente 90 % das empresas no Brasil estão enquadradas como micro e pequena empresas, então, não adianta fazer acordos somente com os grandes, haja vista que são estas pequenas empresas que carregam o Brasil nas costas.

Fora o discurso panfletário empresarial que alguns dirão, este é mais um desabafo de um brasileiro no qual o único dragão que conheço é aquele da propaganda do antiácido. O dragão da queimação.

Abraços a todos : Danilo Duff.

terça-feira, 18 de março de 2008

CQC

Custe o que custar é a nova empreitada do multimídia Marcelo Tas. Ontem foi o programa de estréia e só consigo imaginar uma coisa: revolucionário. Mais uma vez, Marcelo Tas, que é pai de clássicos como Rá-tim-bum, Repórter Ernesto Varela e Saca-Rolha, se superou. O programa é dinâmico e com alguns poucos ajustes, ficará perfeito. Apesar de ser uma versão de um programa de sucesso em outros países, Marcelo Tas conseguiu inovar, colocando no CQC brasileiro uma irreverência inquieta que nos mantém subversivo aos problemas coletivos e idiotices midiáticas.

Resta-nos assistirmos, interagirmos e esperar que a Band invista no programa pensando no longo prazo. O programa é bombagarai!!!! Não vou me alongar muito. Se quiser ver uma análise mais profunda (ui!) e detalhada, veja essa no inigualável Jacaré Banguela.

Não marque toca!

Toda segunda, 22h15 (ontem começou atrasado, o que foi bom porque deu tempo de chegar do trampo), na Band (Aqui em Brasília a Band é 4, não sei aí na sua cidade, mas se você for mongol e nem saber qual canal é a Band, por favor, não me pergunte!).


Professor Tibúrcio, menos conhecido como Marcelo Tas, e sua trupe subversiva. Melhor programa da TV aberta brasileira?

PS: Concorrência do CQC na noite de segunda-feira, dia 17/03

Canal 2 (Aquele que ninguém assiste) - Não me lembro

Canal 6 (Manchete) - Propaganda PoliShop

Canal 8 (Record) - Novela tosca dos mutantes que o Cristiano acreditou

Canal 10 (Rede Grobo) - Tela Morna - O desnecessário As Branquelas

Canal 12 (SBesTeira) - Hebe Dinossaura Camargo entrevistando Kelly Key

domingo, 16 de março de 2008

ENQUETE & MANIFESTO ORIGENS CAPITAL INICIAL

Você já leu o Manifesto?? Não, então Leia aqui!
Resultado da Enquete ao lado!
É hora de divulgar, ajude!

Fortaleza, como diria a emissora: Cultura, a gente vê por aqui!!!


A cultura se manifesta de várias formas e em vários lugares: Seja na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê... Fortaleza é uma cidade que respira e exala a cultura.

Os eventos, os passeios, cada um deles leva a uma cultura, que se completa em outra e por vai. Acho engraçado quando turistas vão à terra do sol e dizem que lá só tem uma praia, e é só uma! Será? Será? Bem, sendo objetivo, na realidade, Fortaleza sem contar as distantes que são loucas e merecem visita como Jericoacora, Morro Branco, Cumbuco e etc , tem duas praias, uma para o dia e outra para a noite, respectivamente, as Praias do Futuro e de Iracema. Enquanto uma oferece um mar delicioso combinado com boas barracas à outra oferece um excelente passeio noturno que conta com feira de artesanato, restaurantes, bares, artistas de rua e shows de humor. Qual cidade tem essa opção para os períodos diurno e noturno? Tá, várias devem ter, mas nesta, o charme é singular.

A propósito, os shows de humor são uma atração à parte na maravilhosa capital dos cabeças chatas, um dos maiores destaques na cultura cearense é tirar sarro de tudo e de todos, inclusive de si mesmo. Grande celeiro de comediantes como Aurineide, Raimundinha, Adamastor Pitaco, Rosicléia, Tiririca, Zé Modesto, Mastrogilda, Tom Cavalcanti e dos eternos Chico Anysio e Renato Aragão. As apresentações rolam no Teatro São José (praça Cristo Redemptor), Teatro do Humor e Lupus Bier (praia de Iracema), Barracas América do Sol, Chico do Caranguejo e Crocobeach (praia do Futuro), Pizzaria e Restaurante Shopping Pizza (Av. Washington Soares), só para citar os locais mais famosos, mas em cada canto de Fortaleza é possível curtir alguma apresentação.

No quesito música, a cidade tenta agradar aos gregos e troianos, nem sempre consegue, porque o típico forró comanda as noites, seguido pelo axé (bleargh) e o pagode. A contracultura polui todos os lugares que passa, isso é fato, mas por lá existe caminho para rock, dance, mpb, techno e outros estilos, é só cavucar nos roteiros de cultura. O ceará é responsável por talentos como Fagner, Belchior e Falcão, só para citar os mais conhecidos.


Na área de eventos, o reveillon deste ano teve Falcão, Paralamas e Alcione, só para corroborar a diversidade multicultural do cearense, por lá, o que tocar é festa, ainda bem que eu estava presente, foi muito louco, tirando os "bedubedubedibadá" da Alcione, ela não canta mais, só fica fazendo ruídos ao estilo Yabadabadoo dos Flinstones! Anualmente, geralmente no mês de outubro, realiza-se o festival Ceará Music (Marina Park), evento grandioso e obrigatório para os fãs de música boa. Quer dançar na noitada? O complexo Mucuripe Club (Travessa Maranguape ,108) com 05 ambientes, proporciona diversão ímpar. Agora seu o lance é forró, indispensável uma visita ao Pirata (Praia de Iracema), o local é conhecido pela melhor segunda-feira do mundo! Se é não sei, porque lá eu nunca fui, mas confira.

Cinema também é cultura! As salas do Complexo UCI/Severiano Ribeiro no Shopping Iguatemi são sensacionais, confortáveis, som envolvente e telas gigantes! O próprio passeio no shopping é bacana e diversificado, que conta com boa arquitetura e gente bonita. Se o seu lance é gastar, nas feiras de artesanato, Mercado Central, rua Monsenhor Tabosa e no centro da cidade a "gastança" será grande! Já lasquei meu bolso várias vezes.


Não esqueça dos museus, do forte, da ponte metálica, do teatro José de Alencar, do Beach Park (esse complexo aquático é tudo de bom!). Só para finalizar, já que nossa matéria precisa manter o foco na cultura, falarei agora do maravilhoso, sensacional e indispensável Complexo Cultural Dragão do Mar, que nada mais é: Biblioteca, livraria, exposições, teatro, cinema, shows, planetário, cafeteria e diversos eventos. Ufa! Lá é demais, demais, sou fanzaço, conta ainda com feiras de artesanato, bares, boates e restaurantes. Lá tem o bar do Bexiga e seu magnífico e delicioso chopp de vinho. Então, acho que por enquanto é só, provavelmente esqueci alguma coisa, pois o leque de opções é enorme.

E como essas férias me fizeram bem, afinal, "Eu acordo p'rá trabalhar, eu durmo p'rá trabalhar, eu corro p'rá trabalhar. Eu não tenho tempo de ter, o tempo livre de ser, de nada ter que fazer" (Paralamas do Sucesso, Capitão da Indústria). O único tempo que me resta sem correr, sem me afobar é o que utilizo quando estou em uma escada rolante. Obrigado Fortaleza e povo cearense pela hospitalidade e diversão, veremos agora, quando e aonde será o próximo especial de férias do Na Rota do Rock.

OBS: Se quiser ver as fotos com uma qualidade melhor, é só clicar nelas.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Iron Maiden: Somewhere back in time tour - O show!



A donzela de ferro está de volta ao Brasil nesta que é considerada a melhor turnê deste
o retorno de Bruce "Willis" Dickinson a banda. Mais uma vez o N.R.D.R. esteve presente em um dos maiores espetáculos deste planeta. A dupla heavy metal Daiane Ramone e seu fiel capataz Danilo Duff acompanharam o show de São Paulo, no Parque Antártica .

Mas antes de falarmos no show citaremos as preliminares (eh,eh,eh!!!!!). Como não poderia deixar de ser a viagem para SP foi um pouquinho cansativa, não bebemos cervejas (porque só tinha Itaipava) e a comida estava acima do esperado (exceto por um bolo na parada em Cristalina que estava lá na noite de sábado quando iamos e ainda estava lá na segunda). Queríamos dormir, mas como se o melhor da viagem era aguentar Sepultura e coisas do gênero na cabeça (Mercyful Faith! , King Daimond!!!, Thancred!!!!!!!!!). Meu Dues tudo pelo Iron.

A nossa jornalera headbanger Daiane parecia que estava indo a uma excursão da terceira idade. Levou tapa olhos, cobertor, livro do Nietzsche (nossa!!!) e até pantufa. Mas nem tudo são flores. Em um das paradas, em Pirassununga,com tóneis de 51 a perder de vista tivemos a visão do inferno. Eram 9:00 da manhã de domingo, dormindo tranquilos ainda ouvindo Dark Tronic, Burzzun e outras bizarrices quando de repente aparece um ônibus com torcedores do Corinthians. O povinho feio e sujo, por isso foram apelidados de gambás. Chegaram fazendo bagunça, gritando "curintias, nu vô ti abandona". Me perguntei, até porque perguntar para Daiane não adiantaria, o que aquelas criaturas estavam fazendo ali. Lembrei-me que tinha clássico Palmeiras x Corinthians naquele domingo no Morumbi. Era melhor eu esconder minha camisa do São Paulo, porque já tinham aberto a porta do zoo, já tinha gambá e porco, faltava os bambis.


Para completar alguns policiais que acompanhavam estes torcedores perceberam que dois rapazes bem intencionados do nosso ônibus estavam portando Cannabis sp, talvez para uso terapêutico ou medicinal e os prendeu. Foram mais de duas horas de atraso para a chegada a SP. Sorte que o nosso guia era um cara muito gente boa e foi atrás destes moleques.

Decorridos os fatos vamos a SP. Chegamos na praça da República por volta das 14:30 com uma baita fome. Tentei recorrer ao famoso churrasquinho grego, mas fui alertado por alguns andarilios locais que nem o mais faminto do cachorrinhos da praça degustava um deste. Fui obrigado a comer no Mc Donalds, algo impessável da minha antiga vida de luta contra o mundo capitalista. Mas como quase tudo em SP é ruim nem o Mc Donald's escapou.

Vamos ao show. Como tudo no Brasil começa depois e no ingresso marcava 20:00 fomos para a fila somente às 5 da tarde. Por um milagre a fila foi respeitada, então conseguimos entrar 6:00 no estadiozinho do parmeirinha. O tempo estava limpo e claro. Mas como o Iron têm pacto com o tranca-rua poderia até chuver. Realmente chuveu por 5 minutos entre a banda de abertura e show principal. Foi na verdade um chuva salvadora para refrescar o verão paulistano.

Mas voltando ao horário nós já estavamos preocupados porque acreditavamos que o show iria
começar lá pelas 10, 11 da noite. E de um domingo. Mas surpreedentemente o show de abertura começou as 19:00. Era a filha do dono do Iron , o baixista Steve Harris, Lauren Harris. Pop fraco,
sem novidades, nem parece filha de quem é. Foi uma das únicas mancadas da organização do evento colocar uma cantora pop para abrir um show da banda divisora de águas do hard para o heavy metal. Lógico que a galera não caiu e dá-lhe cerveja no palco. Pelo menos o show terminou cedo, por volta das 19:30.


A expectativa aumentava a cada indivíduo que adentrava ao palco. Até parecia que era o primeiro show de nossas vidas. Entrava o técnico de som e a galera começava a bagunça, entrava a tia do cafezinho e o pessoal ovacionava. Mas vamos ao que interessa, porque senão ninguém irá ter paciência de continuar lendo. Inicialmente marcado para às 20:00, como tudo no Brasil, o show só começou às: 20:07. Isto mesmo às 20:07, apenas 7 minutos de atraso oficial. Isso que é pontualidade inglesa. E os caras ainda pediram desculpas pelo atraso.


O show começa com imagens nos telões do avião air bus da banda saindo da Inglaterra e aterrisando no Brasil, sendo pilotado pelo comandante Bruce Dinkinson com um número do voô bastante sugestivo: 666. As imagens mostram eles saindo da aeronave e indo diretos para o palco tocar Aces High, música de abertura do álbum Powerslave com Bruce "Willis" Dickinson num vocal abaixo da expectativa, não por culpa dele, mas sim pelo local, que não favorecia uma boa acústico do som, com o volume das guitarras mais baixas do que o próprio baixo. Até comentei com quem já foi em no Rock in Rio. Lógico que comparar a aparelhagem do show do Rio com esse é covardia, mas a qualidade do som estava muito ruim. Até para nós que somos oreiras neste quesito. Se o som foi o ponto baixo o ponto alto foi o set list com músicas apenas da fase de ouro da banda (do primeiro - Iron Maiden - ao nono álbum - Fear of the Dark). O último álbum não teve o impacto esperado e o público esperava os maiores clássicos então o set list foi perfeito. Destes 9 álbuns citados só não tocaram do Killers (que é um disco bom) e No prayer for the dying (franquíssimo).


O mais impressionante são os cenários desta turnê. A cada música muda-se o cenário, adequando-se ao tema de um álbum. Como a turnê é sobre o álbum Somewhere in time esperava-se apenas o cenário futurista com Eddie vestido de justiceiro do tempo. Mas o que vimos foi um palco com Eddie carregando a bandeira inglesa no hit The tropper, um fundo de palco escravista na música Powerslave e Eddie manipulando o demônio em The number of the beast.


O momento mais esperado de cada show do Maiden é a entrada do Eddie no palco. Como cada turnê têm uma temática diferente, ficamos sempre na expectativa para o próximo figurino. No único show do Iron que eu tinha ido, no Rock in Rio, Eddie entrou na música The evil that men do como um monstro(!) bisonho. Nesta turnê esperava-se que incluissem novamente esta música no set list, já que é a predileta do Bruce. Mas voltando as origens Eddie, entrou no palco como o vingador do futuro, com aproximadamente 3 metros de altura e com uma metralhadora atirando na platéia. A música: a clássica Iron maiden.


O maior momento do show, não para mim, mas para a platéia foi Fear of the dark. Realmente é uma música única, tanto que até quem não conhece fica chocado com a reação do público (perguntem ao Tibério e ao Daniel o que acharam quando tocou no ônibus a caminho do Rock in Rio). Na minha opinião o momento sublime foram dois. O primeiro foi na terceira música Revelations, que representa a primera música que aprendi (ou não) a tocar, tanto que nos ensaios do Diário Oficial Renê e eu tentavamos inserir no set da banda, mas o pessoal não tinha paciência para tanto. E o derradeiro momento foi em The number of the beast que ao contrário do que os leigos em Iron Maiden imaginam não fala em envocar o cramunhão e sim na supertição que o número 666 provoca no imaginário alheio. Fechando o show tocaram umas das melhores Hallowed by the name, fizeram o bis com mais 3 músicas e pronto. Show terminado às 22:00 em ponto pontualidade inglesa. Ótimo horário para acabar, principalmente tratando-se de um domingo.



Finalizando pedimos desculpas pela demora na publicação deste post. Tentamos colocar alguns vídeos com um celular durante o show, mas a qualidade ficou ruim. No you tube têm excelentes vídeos.Confira http://br.youtube.com/watchv=%20XaPIoaxSVBk&feature=related


Ao lado a comprovação da presença do N.R.D.R. no evento.


P.S.: Posteriormente mandaremos as notas fiscais de hospedagem, transporte e alimentação para o editor chefe do blog nos ressarcir.


Equipe N.R.D.R.: Danilo Duff e Daiane Ramone.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Criar alternativas para o mundo também é cultura!!!

As informações no dia a dia, pipocam com certezas aceleradas e antagônicas, fala-se de violência e paz, educação e analfabetismo, honestidade e corrupção, miséria e riqueza, acrescidos de demais assuntos como meio ambiente, cultura, alienação e escravidão e etc. Naturalmente, divulgam-se teorias abundantes com soluções escassas, em função da rara conscientização e dos homens de boa vontade.

O mundo gira cambaleante na roda viva da ganância, terrorismo, extorsão e doenças, só para citar algumas mazelas, que no faz levitar impacientemente na esperança fulgaz de um anunciado bravo mundo novo, e segundo os pessimistas, nunca chegará! O que era cultural, hoje é gutural. O homem polido, sensível, trava diariamente sua luta no confronto Médico e Monstro (Dr. Jekyll e Sr. Hyde) dentro de sua personalidade. Quando o sr. Hyde vence, é o dia de fúria anunciado, reverberando em todos os círculos sociais do indívíduo, numa cascata de maus tratos, resmungos e má educação, transcendendo seus vínculos de amizade e infectando também os que estão fora do seu eixo.

Vivemos o revés de um mundo açoitado pela política mundana, impregnada de acordos econômicos escandalosos, costurados por políticos que nadam no mar poluto do benefício próprio e da insanidade do ato totalmente contrário aos interesses de quem os elegeu.

O confronto entre raças é um dos grandes responsáveis pelo buraco ético do mundo e piorando o quadro, a religião – que foi criada pelos manipuladores do pensamento – está norteando cada vez mais o caminho da balbúrdia e do desentendimento, em uma sociedade que dobra os joelhos a dogmas religiosos que impedem à coexistência e o respeito mútuo entre as crenças. Na última turnê da banda U2, a mesma ajudou a divulgar o movimento CoeXisTa, no qual as letras C, X e T, correspondem, respectivamente ao muçulmano, a estrela de Davi e a cruz católica; interessante seria se a paz surgisse entre os povos que se consideram “espiritualizados”, dar-se-ia um grande passo, afinal, o número de fanáticos é incalculável.

Só com educação, conscientização, responsabilidade social e ambiental, ou seja, um trabalho de formiguinha, derrubar-se-á uma parede cada vez mais engendrada na figura da palavra utopia. Os utopistas que alimentam essa quimera, consideram o projeto de um mundo melhor irrealizável, então, deveriam antes de tudo, abater o dragão da descrença, fugir da alcunha de pérfido e ver que o mundo ainda tem jeito, mesmo que as ações necessárias nesse desdobramento, não produzam efeito imediato e se enraizem nos próximos 100 anos.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Especial Fortaleza - Parte III

Nesta parte, que era pra ser a última mas passou a ser a penúltima (devido ao grande sucesso de série e vários pedidos para ser uma entrevista ad eternum... mentira, foi porque não deu tempo de degravar tudo), Falcão relembra um pouco de seu repertório, comenta sobre células troncos, política, auto-masturbação e viadagem congênita.

NRDR: A produção do seu show é toda sua? Você que concebe o visual, o set list?

Falcão: Eu sempre fui um tanto quanto avesso a essa coisa muito, muito... essa frescura em show. Tinha um empresário meu que ficava querendo fazer cenário e tudo. Eu disse: “Rapaz, meu amigo, venha cá, você já viu um show do Jimi Hendrix com cenário?”. Ele respondeu: “Não”. “Então, o Jimi Hendrix era o cenário. Eu sou o cenário.” É claro que eu procuro um profissionalismo na parte musical. A banda tem que ser bem legal, tudo em cima, tem que ter tudo bem ensaiadinho. Mas esse negócio de cenário e outras frescuras que os produtores ficam fazendo é até legal, porque chega um ponto que você se sente paparicado, né? É bom... hehehe... mas eu não ligo pra isso tudo não. O mais importante que a parte musical esteja toda legal.

NRDR: É, mas não diga pra nós que é tudo na sorte não, de maneira espontânea, porque no show do reveillon tava tudo bem arrumadinho...

Falcão: Mas nesse caso aí, por exemplo, a luz, o som, é porque era tudo pro Paralamas do Sucesso, pra Alcyone. Se fosse um show só meu, vocês não iam se impressionar. É porque tinha os Paralamas depois. E eu fui só na carona. Tinha que aproveitar.

NRDR: Já pensou em fazer um DVD pras crianças ensinando a Dança do Jumento?

Falcão: “A Dança do Jumento em 36 lições”!!!!!

NRDR: As crianças gostam muito do seu trabalho, te reconhecem...

Falcão: Sim... sim. As crianças têm um sentido estético mais apurado do que os adultos. Elas gostam exatamente do colorido, dessa onda, desse visual. E gostam das músicas também. Elas gostam da sacanagem da música.

NRDR: Aquela vestimenta do reveillon foi exclusiva para o evento, tá lá no museu ou é sua?

Falcão: Aquilo é uma vestimenta que, por acaso decidi usar... eu não me preocupo com isso não, mas como eu tinha uma calça branca que eu quase não uso...

NRDR: Tipo Roberto Carlos?

Falcão: Uma espécie de Roberto Carlos melhorado. E eu tinha usado no programa do Márcio Garcia na Record um dia antes. Aí aproveitei...

NRDR: Você é um artista que não é metido, que disse que as pessoas que quiserem copiar o modelito podem copiar a vontade...

Falcão: Pode copiar. Sério mesmo. Esses caras mesmo, aí tipo Alexandre Herchcovitch, não sei o que, eles chuparam alguma coisa mas não querem dizer de onde foi. Mas, por exemplo, essa onda de Girassol. Teve uma época que o São Paulo Fashion Week tava cheio de Girassol. Aí eu cheguei lá com o meu e perguntei: “Ninguém vai dizer de onde veio não??” Pra você ter idéia, aquela tomada que eu uso no paletó, que não tá aqui hoje, um estilista, um carioca ou sei lá o quê, tava lá no São Paulo Fashion Week e fez um vestido só de tomada igual o meu paletó. E ninguém nem cita. A imprensa especializada nem fica sabendo.


Falconete, Falcão e o famoso Girassol

NRDR: Você consegue fazer um Top 10 da sua obra? Tipo, em sua opinião, as melhores são essas ou você gosta de todas?

Falcão: Rapaz, num chega a 5. Num chega num top five.

NRDR: heheheheheh... nenhuma música que quando terminou de gravar você pensou: “Essa música é a minha Monalisa”?

Falcão: hahahahahah... não... tem umas 10 que eu vou citar aqui algumas. Não na ordem porque eu não me lembro,mas, por exemplo, “Prometo não ejacular na sua boca”. Essa música é uma daquelas que eu falei: “Essa é a música”. Mas depois fui fazendo outras. Conhece “A multa”? “Multa essa felá da puta, multa!” que é desse disco, “Do penico à bomba atômica”. Tem aquela outra que eu cantei aqui: “A terra há de comer já que eu não comi” que eu acho muito boa também. Têm outras que são verdadeiras pérolas. Tem outra que eu ia cantar aqui, mas chegou um cara disse que não tinha mais tempo, tinha que terminar, porque o Paralamas tava vindo. Heheheheh... Herbert Vianna tava num pé e outro. Herbert Viana já tá pé ante pé (Mais uma vez, riso descontrolado na mesa)... É uma música chamada “A mulher é um gênero humano”, que tá naquele meu disco “A um passo da MPB”. Essa música é muito legal. Tem umas frases que são verdadeiras jóias filosóficas. Tem uma frase que diz assim: “É melhor cair em contradição do que do oitavo andar.”. Algumas dessas que eu gosto além de “I´m not dog no” e “Holiday foi muito”. A gente tem que cantar. A gente fica até um pouco enjoado de tanto cantar que o pessoal sempre pede...

NRDR: Ah... igual o Mick Jagger com Satisfaction...

Falcão: É... eu não canto Satisfaction de jeito nenhum... nem falo Satisfaction. Inclusive, nesse show do reveillon, o palco era muito longe da platéia, tinha uma grade com um monte de corno na parte VIP, e daí não deu pra ouvir os pedidos...

NRDR: Fica muito longe pra ver os shows, as vezes é melhor ver pela TV...

Falcão: É melhor ficar em casa. É que nem me chamaram pra ver o show do Pink Floyd no Pacaembu. Eu disse não, só vou se for por camarim do Rogério. Na arquibancada não tem jeito não. Agora mesmo o Bob Dylan vem aí, São Paulo e Rio, tava querendo ver se consigo chegar junto, porque lá de longe não dá...

NRDR: E que música não pode faltar no show? Falcão: Ah, “I´m not dog no” e essa “Holiday foi muito”. Tem a “Isaltina”, todo mundo gosta dessa música, e é uma música simplória, mas todo mundo gosta. Tem outra que é “No cume”. Aquela do cume é impressionante que qualquer lugar do Brasil o povo pede...

NRDR: Agora, em Brasília, na época em que o Herbert Viana ainda andava... Falcaão: Andava por aí... heheheheheh NRDR: exato... eles fizeram um show que voltaram para o palco para fazer o bis 5 vezes. Você conseguiu bater o recorde com “Ai, minha mãe, minha mãe...”

Falcão: Não... ali porque é forçado. É um bis forçado. Mas aquilo foi pouco. Mas já teve show meu, rapaz, de encher o saco aquilo ali. Eu não tava mais agüentando e o povo pedindo.

NRDR: Você toca algum instrumento?

Falcão: Toco. Violão. As vezes eu faço aquela do espanhol lá da pedra no violão. No reveillon eu não fiz porque na passagem de som não tinha um violão legal, não tinha muitas condições. Deixei o guitarrista fazer...

NRDR: E pra compor?

Falcão: Pra compor, toco violão. Só violão...

NRDR: E punheta, não?

Falcão: Também, mas eu falei instrumento. Isso já vem de um membro, de um apêndice...

NRDR: Você gosta de política, se envolve, presta atenção?

Falcão: Você sabia que essa semana eu ouvi uma frase daquele francês Albert Camus, né... aquele poeta... que dizia o seguinte: “Artista não é pra fazer a história, é pra sofrer a história”. Aí pronto, deu certinho porque eu não quero me meter com esse negócio de política, não quer fazer história. Eu quero é que a história venha de lá pra cá. Mas eu acho que o artista tem que ser político no sentido de através de sua arte fazer a política. Dar a idéia. Dar a opinião. Forma opinião. E não ser político-partidário.

NRDR: Frank Aguiar então vacilou?

Falcão: Frank Aguiar, Gilberto Gil, esse pessoal todo...

NRDR: O PTB fez uma propaganda de final-de-ano desejando felicidades e tal, com uma música que foi composta pelo Frank Aguiar, misericórdia! Tosca demais. O cãozinho dos teclados do lado do Roberto Jefferson...

Falcão: Foi uma das coisas mais horríveis que eu já vi na minha vida foi aquela propaganda. Mas é difícil criticar o cara porque a democracia é isso. Cada um faz o que quiser. Se ela acha que tá certo, vá lá. É que nem o sujeito ser viado, quer dá o cú, dê. Eu não vou impedir o cara de queimar...


Mais uma grande obra de Cãozinho dos Teclados e Bob Jeff.

NRDR:
Cada um faz o que quiser com o seu buraco...

Falcão: O meu não, o dele... o dele lá...

sábado, 8 de março de 2008

Biquini Cavadão, 1º wallpaper N.R.D.R.

O primeiro é do Biquini Cavadão e que venham outros para satisfazer a galera Rock!É só clicar nele, e ao abrir salvar no seu computador.

sexta-feira, 7 de março de 2008

MANIFESTO ORIGENS - CAPITAL INICIAL

Você já leu o Manifesto e votou na ENQUETE?!?
Leia aqui!
Não se omita!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Especial Fortaleza - Parte II

Na segunda parte da entrevista, Falcão fala sobre a formação em arquitetura, de Hebe Camargo e Francisco Couco, de seu relacionamento com outros artistas e de seu maior clássico: Um bodegueiro na FIEC.

NRDR: Esse sucesso nacional você acha que começou no “Dinheiro é Tudo mas não é 100%” de 94?

Falcão: Não... já começou no “I´m not dog no”, que me lançou assim nacionalmente... Principalmente em São Paulo e Rio. No resto do Brasil eu não sei não... Mas o “Dinheiro é tudo” é o disco mais conhecido meu...

NRDR: Você já citou muitos famosos em suas músicas: Hebe Camargo, Francisco Couco... alguém já reclamou?

Falcão: Francisco Couco reclamou outro dia. Não assim seriamente, mas veio. Aí eu perguntei por que ele disse: “Não cara, tem um vizinho lá no prédio que eu moro que não gosta de mim então todo domingo, 6h da manhã, o cara coloca a música, assim você me lasca.” Eu fiz uma música, que tá no disco chamado “Do penico à bomba atômica”, de 2000, esse disco tem uma música que se chama “A volta dos que não foram” que eu cito pelo menos umas 30 personalidades. A música toda é citando alguma coisa que os caras fizeram, ou usaram, que eu não sei o que é e todo mundo fica querendo saber, e no final da música ninguém diz o que é. Sílvio Santos gostava muito, Hebe Camargo usou quando era menina, Pedro de Lara ainda usa e tal... mas não diz o que é... heheeheh... E Pedro de Lara quando era vivo veio me perguntar o que era isso. Eu disse: você que usa, não sabe, imagina eu... “A volta dos que não foram” é assim... Zé Ramalho usa muito quando era rapaz... Ele veio me perguntar o que é... eu falei: “sei não...”

NRDR: A Legião Urbana fez um grande clássico que é Faroeste Caboclo. Você tem um grande clássico que é “Um bodegueiro na FIEC”.

Falcão: Tem uma história essa música porque, na verdade, aqui tinha um vaqueiro, dono de um banco que faliu depois, que ao mesmo tempo era Senador da República. O nome dela era Afonso Sancho. E ele era presidente da FIEC, Federação das Indústrias do Estado do Ceará, e quando fui fazer essa música com o Tarcísio, eu fiz pensando nesse cara. Pô, o cara era budegueiro mesmo, tinha um pequeno comércio e transformou-se num grande banqueiro, industrial e senador. Foi baseado na vida do cara. Só que não falamos isso, mas fazendo show por aqui, antes de eu ir me embora daqui, fazendo show pelos bares, pra tirar onda eu falava: “Essa música é em homenagem ao Senador Afonso Sancho.” Um dia veio o neto do cara e falou que ia entrar na justiça pra parar de falar o nome do cara... E ele tinha um jornal também e aí proibiram de sair no jornal do cara. Não podia ter foto minha... aí o cara morreu, o jornal fechou e eu nem me lembro mais dele... É que nem aquela música da Hebe Camargo, na verdade quando eu fiz, no lugar de Hebe Camargo era Regina Marshall, que é uma colunista social aqui que é muito brega. Anda de bobs no cabelo, aquele negócio todo e eu falava: “Conforme poderia acreditar, Regina Marshall”. A mulher cismou comigo, disse que ia me processar e tal. Daí quando eu fui gravar o disco eu digo: “Vou tirar o nome dela já que ela não quer ser famosa”. Botei o nome da Hebe no lugar, ela adorou e até hoje me agradece... heheheheh...




Regina Marshall entrevistada por Moisés, o bíblico...


NRDR: É verdade que você foi ao Programa da Hebe uma vez e aí contou pra ela que teve um sonho com um monte de mulher...

Falcão: Foi... Era assim... a Hebe tava perguntando a respeito de sonhos, aí ela me perguntou: “Falcão, vc já sonhou?” “Sonhei... sonhei que tava numa fila assim,um monte de mulher querendo me agarrar, mulher nua já e você tava na fila!”. “Tava?? E aí, o que aconteceu??”. “Nada, na sua vez eu acordei...”.

NRDR: É divertido ir nesses programas??

Falcão: É muito bom... Essas pessoas que sacam a brincadeira tipo Hebe Camargo, Jô Soares e outros é muito legal. A pessoa já sabe que é brincadeira, não vai com aquel ranço. A Hebe também teve um negócio engraçado no programa dela que foi a primeira vez que eu fui, exatamente cantar essa música, que ela queria que eu fosse lá, ela não me conhecia e a música tava tocando. E uma semana antes eu tinha dito no jornal O Globo lá do Rio que a mulher mais brega do Brasil era Hebe Camargo. Aí, rapaz, eu entrei e antes de cantar ela já veio e: “Hei, você falou num jornal aí que eu era a mulher mais brega do Brasil? Falou mesmo?”. “Falei. Falei mas não tinha muita certeza não, mas agora pessoalmente, realmente é!” Ela morre de rir dessas coisas...

NRDR: Vez ou outra você tá na TV. Qual programa foi bacana de fazer??
Falcão: Ah...tem muita coisa, tem muito programa. Por que eu sou um cara que a televisão gosta muito de mim. O rádio não toca. Muito difícil de ouvir uma música minha em rádio. Mas a TV, esses programas que eu vou, os caras chamam mesmo. Eles têm prazer em chamar. Eu já fiz muita coisa interessante. Tem um programa da MTV com o João Gordo gravado aqui em Fortaleza, uma disputa pra ver quem bebia mais, que eles já reprisaram mais de 100 vezes. O João é um desses caras do espírito da irreverência. O programa dele não tem aquelas hipocrisias de sem roupa... lá é bom e acabou.

NRDR: Se ele te chamasse pra gravar com os Ratos de Porão, você gravava??

Falcão: Com certeza. Aliás, seria uma grande honra gravar. Agora mesmo eu gravei com o Massacration. Gravei pro disco dele. Gravei a música “Múmia Tarada”. Uma múmia que de repente levanta de pau duro e sai correndo atrás de tu.

NRDR: Você se formou em arquitetura ou engenharia??

Falcão: Arquitetura...

NRDR: Como é que foi?? Chegou pro seu pai e falou: “Vou mais fazer essa porra não!! Me formei, pegue o canudo pra você, vou ser cantor!”

Falcão: Meu pai não por que nessa época morava em São Paulo, era separado da minha mãe, ele até que não tinha muita ingerência, mas minha mãe ficou invocada. Minha mãe veio, assistiu um show meu por aqui num sei em qual lugar. Terminou o show ela disse: “Como é que pode?? O camarada passa 5 anos na faculdade, dá o maior duro, pra fazer uma fuleragem dessa?”. Eu falei: “Oh mamãe, o que a senhora achou??A platéia gosta??”. “Gosta. A platéia gosta. É... tá bom... tá melhor que nada.”.

NRDR: Rapaz, lá em Brasília arquitetura é coisa de baitola...

Falcão: Aqui também. Todo tempo é assim. É coisa de baitola, mas não é 100% baitola. Na minha turma eram 20 alunos: 12 mulheres, 7 baitolas e eu. Salva-se gente do meio.

NRDR: Você chegou a fazer algum projeto arquitetônico?

Falcão: Fiz... Aqui em Fortaleza trabalhei pouco. Terminei em 88. Comecei a trabalhar em 89. 90 comecei a cantar. 91 lancei o primeiro disco. Mas eu tinha um escritório aqui em Fortaleza, eu e uns colegas de faculdade, fiz umas casas de praia...

NRDR: Tem alguma em pé ainda?

Falcão: A da minha sogra tá em pé. Essa eu fiz pra cair, mas a véia tem um sangue ruim. A casa não caiu! Tá lá em pé ainda. Inclusive ela se mudou, vendeu, to com medo que caia no coitado que comprou que não tem nada a ver com a história. Mas é um negócio legal arquitetura...

NRDR: Em arquitetura você deve gostar muito do nosso saudoso Oscar Niemeyer...

Falcão: Lógico... muito... saudoso não, cabra! Tá vivo ainda!

NRDR: Cabra teimoso... Vc conhece aquele grupo de Brasília, Os Melhores do Mundo?

Falcão: Conheço demais, os cabras são meus amigos...

NRDR: Eles disseram que Oscar Niemeyer acha que tá vivo...

Falcão: Hehehehehe... aliás, um deles, aquele que tá no Zorra Total, eu gravei um filme com ele lá em Brasília...

NRDR: O Galinha Preta, né?

Falcão: Eu participei lá...

NRDR: Tem o Alexandre do Natiruts, quem faz o pastor é o Jovane Nunes...

Falcão: E eu fui fazer um personagem que era exatamente contratado pelo Jovane pra cantar numa igreja... Muito bom o filme lá.

NRDR: O Jovane é o pastor, os ajudantes do pastor são os integrantes do G7, que é uma outra companhia de teatro de Brasília excelente...

Falcão: As cenas que eu gravei com o Jovane ficaram muito engraçadas. Aqui em Fortaleza eles fazem um sucesso muito grande. Todas as vezes que vêm aqui é tudo lotado. Eu nem sabia disso, eles fizeram uma homenagem a mim aí num show, eu não tava nem presente, depois eu vi o vídeo... e foi muito legal.



Falcão e seu óculos de sol noturno...

Na próxima parte, o epílogo deste bate-papo!

terça-feira, 4 de março de 2008

Dicas de Cultura - Parte 2

Olá fiéis leitores e contribuintes deste espaço cultural.

Esta é mais uma dica de cultura para quem está precisando encontrar alguma coisa do tipo, filmes, músicas, livros, ou coisa que o valha lá vai um link muito legal http://www.dominiopublico.gov.br/

Este site se chama Domínio Público é mantido pelo Governo Federal e lá você encontra obras que perderam os direitos de autoria e se tornaram domínio público, então temos clássicos da literatura mundial e nacional de graça para serem aproveitados da maneira como der na telha de cada um.

Músicas, vídeos, e tudo que interessar!

O problema é que como o site é pouco divulgado e o custo é grande para manter o provedor estão querendo tirar do ar, sendo assim desta maneira use e abuse sem preconceito.

O visual é simples, mas o sistema de busca é simples e eficaz, vale a pena dar uma olhadinha.

Salve Todos!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Especial Fortaleza - Parte I





O Na Rota do Rock começa essa semana o especial sobre Fortaleza, cidade visitada por 4 de seus escritores (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... é capaz da associação de escritores entrarem com um processo sobre nós).

Bem... Nas 3 primeiras partes, uma entrevista especial com o multimídia perfomático e cantor Falcão:

"Falcão é visto pela imprensa e público com grande ignorância, na tendência natural das coisas de nunca buscarmos informação, o mesmo é tratado de forma errônea como humorista ou cantor brega. Ok. Os arranjos são cafonas, mas tudo é formatado para que se encaixe perfeitamente com letras que tiram sarro da sociedade, políticos e claro, dos cornos. Falcão é um ótimo letrista e divertido como todo bom Cearense.

Nascido em 1957 no pequeno município de Pereiro, Marcondes Falcão Maia, o "joiado" formou-se com destaque em Arquitetura, mas achou que se daria melhor como cantor. Sua estréia foi com o disco Bonito, Lindo e Joiado (1992), o Brasil veio a conhecê-lo de fato em 94 com O Dinheiro Não é Tudo, Mas é 100%. Suas 100 mil cópias vendidas transformaram. O terceiro trabalho é sua maior vendagem, afinal, foram 240 mil cópias de A Besteira é a Base da Sabedoria. Hoje, é um artista independente e seu último trabalho What's Porra is This (2005) é o oitavo álbum de sua carreira.

N.R.D.R. conferiu num ótimo bate papo às impressões desse "gigante" sobre a sua carreira e vida, graças ao nosso fiel operário Farinha, que desenvolveu a logística para o encontro. A entrevista discorreu em uma barraca na Praia do Futuro, a qual não será citada porque sem ética alguma, cobrou a nossa conta."

Falcão: Esse é o disco novo... What porra is this

Na Rota do Rock: Rapaz, não acha esse disco pra comprar em Brasília nem com raiva...

Falcão: Você não acha em canto nenhum...você comece a rezar que eu vou lhe dar esse aí. Sabe que esses artistas assim underground que nem eu, não tem assim pra vender não...

NRDR: Independente...

Falcão: Não é independente não... Os meus discos que não são independentes, os outros 7, não tem também em canto nenhum não.

NRDR: O que passou pela sua cabeça que não aproveitou a estrutura do reveillon e gravar um DVD ao vivo??

Falcão: Porque é muito óbvio e eu não gosto de coisa óbvia não... Roberto Carlos gravaria, mas eu não... Eu não fiz um DVD ainda porque eu quero fazer um DVD diferente, que não seja esse negócio de show, o cara cantando... o cara assiste o DVD e não quer mais ir no show... Quero fazer um DVD que tenha pelo menos uns dois estupros, quatro suicídios...

NRDR: Isso cabe direitinho no youtube... lá tem de tudo...

Falcão: Youtube sim... tem tudo do que é ruim... e tem coisa que você não imagina. Outro dia estava atrás de escutar uma música de uma banda chamada Mungo Jerry... não sei se você conhece, Mungo Jerry... uma banda americana dos anos 70 e nunca tinha ouvido ninguém com aquilo, coloquei no youtube, tinha uma porrada de filme lá, tem tudo dos caras lá...

NRDR: Você acompanha internet, busca por pesquisa, diversão?

Falcão: Rapaz, nem pra uma coisa nem pra outra....

NRDR: Pra putaria então?

Falcão: Muito mais putaria do que diversão, se bem que putaria tem um quê de diversão também. Mas eu não tenho muito saco de ficar na frente de computador não, a não ser que seja uma coisa de muito interesse. Essa história de ficar em bate-papo na internet eu acho uma perda de tempo. Esse negócio de orkut eu acho uma coisa muito sacal. Eu gosto de ver essas coisas que estão escondidas, de garimpar... procurar sites esquisitos, de coisas estranhas...

NRDR: Tipo zoofilia, pessoa que gosta de transar com árvores ou transar e cagar...

Falcão: Eu também não sou tão escatológico assim não...hehehe... Quando eu digo coisas esquisitas são coisas assim diferentes mas bonita...


Falcão se aprochegando para a entrevista.

NRDR: Você tem algum problema de falar do seu relacionamento com a Débora Secco?

Falcão: Foi rapaz... ela escreveu meu nome no pé lá... aí tudo é possível... ficou meu nome lá no pé da criatura e eu não comi nem vou comer...

(Nesse momento, somos interrompidos pelo gerente do estabelecimento que pede pra tirar uma foto do Falcão)

GERENTE: Posso tirar uma de você???

Falcão: Pode... tem coragem?? Hehehehhehehe

GERENTE: O senhor nunca veio aqui... pq??

Falcão: Nunca vi pq não sabia onde era. Eu tinha uma desconfiança que era na Praia do Futuro, mas o lugar exato eu não sabia...

GERENTE: Mas a Praia do Futuro é conhecida?

Falcão: A Praia do Futuro eu conheço desde a época que ela era do futuro... Eu sou do tempo que aqui não tinha nada disso, que era deserto... só vinha aqui de tração 4 x 4... só o mar aqui era o mesmo.

GERENTE: A barraca tem um site (que não divulgaremos devido à falta de ética supracitada), se o senhor nos der permissão para colocar lá...

Falcão: Para o seu site eu tiro uma foto até nu...

(Risada geral do público presente)

Falcão: Mas então... Continuando nossa conversa.

NRDR: Falcão, você fez uma paródia em português do clássico rock inglês Another Brick in the Wall, chamada Amolde o gato na parede, entretanto não foi autorizado pela banda a gravar. Toda vez que ouço esta história, morro de rir. Você falou que por conta disso, também não deixaria o Pink Floyd gravar nenhuma música sua, mas diga aí, se eles fossem gravar uma música sua, qual você acha que eles iam gravar?

Falcão: Rapaz, eu não quero nem saber... só sei que as que eles escolherem, eu não deixo. Acabou!! Eu já to chateado... mas não é com a banda toda não, só com aquele Rogério Aquático lá, o Roger Waters.

(Riso geral descontrolado do público presente)

Falcão: Esse cara que é o corno. Eu cheguei a escrever uma carta pra ele, cara. Eu mandei uma carta pro cara. Quando eu soube... Nós gravamos a música, já tava incluída no disco e a gravadora na época era a BMG foi tentar desenrolar os direitos autorais e disseram que não podia. “Não, não pode não porque o Pink Floyd não deixa”.

NRDR: Então você tentou?

Falcão: Nós tentamos. E aí eu conhecia um cara que era amigo do vizinho que morava em frente da casa duma rapariga do Gilberto Gil que era amigo do Sting que era amigo do Rogério Aquático. Aí peguei, escrevi uma carta, explicando como era minha versão, que era uma brincadeira e tudo, uma cantiga de roda e tal, mandamos através do Sting, que ele vem aqui tomar aqueles negócio do chá de zabumba aí, aquele chá do Santo Daime, sempre na Bahia. Daí ele levou a carta e o cara disse que não. Aí pronto, eu me aporrinhei e não deixo ele gravar nenhuma música minha. Tem gravação em shows e tal. Mas na hora que Rogério morrer, eu gravo.


NRDR: Quando vim há dois anos em Fortaleza, tivemos o prazer de comprar sua obra Leruaite. Já tem outro livro aí pra sair?

Falcão: Rapaz, eu tô com muita preguiça. Eu tenho uns 4 livros, assim, começados mas não consigo terminar por falta de coragem mesmo. Mas esse ano de 2008 eu devo lançar alguma coisa aí. Inclusive um livro assim, o contrário de Paulo Coelho, auto-lascação. O cabra lê e se lasca todinho. Para acabar logo de se arrombar.

NRDR: Você falou da banda lá, Mungo Jerry??? Como é??

Falcão: É uma banda que é americana ou inglesa. Eles cantam uma música que vocês devem conhecer, rapaz: “In the summertime”. (Falcão começa a batucar na mesa e canta) “In the summertime, paranranranranran... papapapa, papapapa...

NRDR: Ah sim...

Falcão: Eu queria verter essa música para o português, mas antes eu queria falar com eles pra num dar a mesma coisa que deu com o Pink Floyd. A mesma confusão.

NRDR: O que mais te influencia?? Sua formação musical vem da onde??

Falcão: É mais fácil ser chamado deformação musical. Na verdade, cara, tudo que eu acho interessante nessa linha da inteligência, misturada com criatividade, com o nonsense, com a irreverência eu bebi nessa fonte toda. Eu comecei com os clássicos do rock quando era menino, tipo Bob Dylan e Frank Zappa, e depois os brasileiros Raul Seixas e Zé Ramalho. Zé Ramalho eu acho um grande compositor. E daí que venho essa onda toda e também tem a mistura de tudo que eu leio. Eu lia bula de remédio. Meu pai era farmacêutico e eu lia as caixas dos remédios tudinho, as bulas, lia revistas velhas antigas. Meu pai era um dos únicos cara do interior do Ceará que tinha assinatura daquelas Revistas Seleções, isso na década de 60 era a única coisa que chegava lá para ler. E eu lia aquilo tudo. Essa bagagem toda aí misturada com uma fuleragem nata, vai embora...

NRDR: Você tem o hábito de ouvir música diariamente em casa ou no carro?? CDs ou algo assim??

Falcão: Principalmente em carro, rádio. Gosto muito de ouvir rádio. Rádio AM. Essa que é a rádio. E gosto muito de ouvir vinil. Eu tenho uma radiola é que eu esqueci aqui de trazer pra vocês. É uma portátil daquelas de maletinha. Eu tenho uma coleçãozinha. Aqui em Fortaleza em ando muito assim nos bares com essa minha radiola de lado. Eu esqueci de trazer. Eu gosto de ouvir tudo. Eu ouvi uma frase de Luiz Gonzaga, quando eu era menino ainda, dizendo “Música, sendo boa, sendo ela evangélica, ou seja forró, ou seja funk, não importa o estilo.” Qualquer coisa dá pra ouvir.

NRDR: Uma coisa que eu notei no reveillon, é que você ganhou o público pelo bom desempenho de palco, mas me causou espanto as pessoas de Fortaleza não saberem suas letras.

Falcão: Ah, é difícil. Pra começo de conversa, meu disco é muito difícil de encontrar, principalmente aqui. Segundo, nenhuma rádio toca música minha aqui. E terceiro, fazia 5 anos que eu não fazia show aqui. Então, essas pessoas inclusive, aqui no Ceará, acham que eu sou humorista desses assim, um Zé Modesto, uma Raimundinha, sei lá... Se viu, o rapaz q veio aqui perguntou se eu nunca tinha vindo aqui, mas eu entendi o que ele tava querendo. È que viesse fazer um show de humor aqui. Mas as pessoas que me conhecem são as que vão garimpar mesmo... Nos outros lugares que eu vou, inclusive Brasília, Minas e Espírito Santo, o pessoal tudo mundo conhece tudo minha música, canta junto, mas aqui no Ceará não... É a história do santo de casa...

NRDR: E você se sente frustrado em relação a isso? Acha q falhou em algum momento? Problema da mídia?

Falcão: Não... acho q é uma mistura. Eu não me sinto frustrado nem acho ruim. Acho bom, seu fosse um grande ídolo aqui, ia ficar que nem a Xuxa, sem conseguir andar na rua. O Zezé de Camargo não anda, não vem pra uma barraca dessa assim. Então eu sou bastante conhecido e reconhecido aqui pelas pessoas que eu gostaria que me reconhecessem. São os caras que formam opinião. Os intelectuais, alguma parte da imprensa, as crianças. Esse pessoal gostando de mim, o resto to nem importando não. Mas, a culpa principal é da mídia mesmo, ficou essa história, não sei se vocês já sentiram isso na pele, mas qdo você ta começando e disponta com um certo talento (não, não sentimos na pele... falta talento) todo mundo gosta, mas na hora q você faz sucesso, todo mundo te abandona no lugar da onde você é. Aconteceu isso comigo aqui em Fortaleza, o pessoal me dava maior força, na hora q eu virei um nome nacional, o pessoal me esqueceu mas não acho ruim não, acho q faz parte."

Falcão ameaçã com um garfo o engraçadinho que perguntou da Débora Secco.

Amanhã, a segunda parte da entrevista.

Colaboraram Muleca, Josi, Amanda e Well

by TemplatesForYouTFY
SoSuechtig, Burajiru