terça-feira, 10 de março de 2009

Menino da Porteira


Antes de mais nada, quero fazer aqui um esclarecimento. Sei que a maioria ou uma boa parte dos leitores deste blog, não curte música sertaneja. Entretanto, a análise que faço aqui é por se tratar de um filme. E como está evidenciado, inclusive no cabeçalho da página inicial, este espaço foi criado na internet também para tratar de cinema como sendo uma das formas de expressão cultural. Además, é uma produção nacional e nós, podemos assistir filmes estrangeiros mas sem deixar de valorizar o cinema nacional, que aliás, cresce absurdamente ano após ano.

Menino da Porteira é uma refilmagem cuja gravação original ocorreu em 1977. A primeira versão tinha Sérgio Reis como protagonista. A estória se passa em 1954. Eram tempos de forte efervecência política. O país vivia uma quase ditadura com a Era Vargas e na década de 70 quando ocorreu a filmagem, víviamos os anos de chumbo com a Ditadura Militar e a questão política aparece muito forte com o filme abordando sobretudo o assunto coronelismo no nordeste brasileiro. A estória do menino que sobe na porteira e grita: "toca o berrante seu moço" embora bela, aparece apenas como alavanca para que se faça a discussão sobre o tema.

Nessa segunda versão, a questão política divide a atenções com o romance entre o peão ou boiadeiro Diogo (Daniel) e a filha do coronel, Juliana, vivida pela talentosa atriz Vanessa Giácomo.

Outro que aparece bem na telinha é o já consagrado José de Abreu na pele do temido coronel Batista. Para compor a personalidade mal-humorada de seu personagem, José de Abreu imaginou que ele sofria de uma crônica dor de dente. O ator então decidiu ir ao dentista e retirar uma ponte, de forma que a dor que sentia torna sua interpretação mais autêntica.

Mas quem rouba a cena mesmo é o garoto João Pedro Carvalho que dá vida ao personagem-título. Ele foi selecionado entre mil crianças e até parece gente grande em cena. Aos 8 anos, o ator mirim é praticamente um veterano. Começou a trabalhar aos 3 meses de vida estrelando comerciais de tv. Em 2003 fez sua estreia na telona no filme Acquária.

A trilha sonora é recheiada de grandes sucessos da música sertaneja de raiz.

Outro dado interessante, é que toda a equipe do filme recebeu como conselho que não assistisse à versão original, para evitar imitações.

O ponto fraco do filme está na fraca interpretação de Daniel, que pelo menos por enquanto, não é ator. Mas isso não chega a comprometer por conta da boa atuação dos atores aqui citados. Sem falar que a cultura interiorana do nosso país, que ajuda e muito a enriquecer cultura brasileira como um todo é valorizada sobremaneira.

Quem desejar saber mais sobre o filme pode acessar a página oficial na internet: http://www.omeninodaporteira.com.br/ ou o blog http:omeninodaporteira.zip.net/

Enfim, a obra é uma boa diversão para os amantes da 7º arte.



Abraços a todos;
Carlos Henrique.


8 comentários:

Cristiano Porfirio disse...

Boa postagem caro amigo, interessante quando um filme tem a intenção de reforçar a cultura no país. Não assistirei porque de longe, é meu estilo de filme, mas vale o seu trabalho de divulgação.

Nosso país merece melhor sorte, quanto mais pudermos divulgar, será ótimo!

Abração,

Cristiano Porfírio

Cristiano Porfirio disse...

Complementando, pena que a produção tenha colocado um sujeito tão desproporcional artisticamente no mundo das telas, que é esse tal Daniel, dá para entender, afinal o "imbecil" já está até trabalhando em novelas.

Conforme reforçado por vc, ainda bem que outros atores seguram as pontas no filme.

Abração!

Daniel Farinha disse...

Duas coisas:

1) Não sou o ator do filme... é outro Daniel;

2) Defina: grandes sucessos da música sertaneja de raiz

Atenciosamente,

Daniel Farinha

Anônimo disse...

Eu conheço as duplas:
- Tião Carreiro e Pardinho;
- Milionário e José Rico;
- Irmãs Galvão;
- Pena Branca e Xavantinho;

Viu Daniel! Vc não vê o canal que ninguém assiste, mas eu assita ao Viola minha viola com a centenária Inezita Barroso quando era menino lá em Patrocínio.

Danilo Duff

Anônimo disse...

Obrigado Cristiano pelo elogio. Isso aqui não é rasgação de ceda, mas suas postagens também são muito boas.
Quanto ao que o Daniel falou, realmente ele não é o ator do filme.rsrsrsrs
Quanto ao esclarecimento solicitado pelo Daniel, não acho necessário falar mais porque o Danilão já o fez e de forma espetacular. Agora se vc Daniel está querendo outro esclarecimento, como quais são as músicas, eu não citei porque evitei ficar adentrando muito na música sertaneja. Extamente por respeitar os motivos pelos quais este espaço foi criado. Que aliás não foi criado para ficarmos falando de música sertaneja. Mesmo que seja de raiz, que como eu disse, gosto e aprecio porque é a uma música que realmente traz a cultura do campo e não as que estão aí hj. Penso que a cultura, tem diversas formas e jeitos de se manifestar e não apenas um jeito, um ritmo musical. E digo isso porque trabalho com cultura. Já disse isso aqui no blog, defendo isso e vou continuar defendendo. Mas como eu disse, respeito os motivos pelos quais este espaço na internet foi criado e não pretendo desrespeitar isso. Por isso apenas citei que a trilha é composta por "sucessos da música sertaneja de raiz" mas sem fazer nenhum comentário sobre as mesmas. Vc não disse nada sobre isso, mas de qualquer forma vou repetir o que já disse na postagem. Só postei falando do filme porque afinal de contas é cinema e até que um dia o Cristiano ou o conjunto dos colaboradores resolva mudar isso, é como disse a Drº Lorca, falar de cinema pode.rsrsrs

Abraços;
Carlos Henrique.

Anônimo disse...

Cristiano;

Relamente é bem provável que a sua suspeita quanto à escolha do Daniel para o papel principal do filme esteja correta. A Rede Globo nunca faz nenhuma jogada de graça.
Mas de qualquer forma vale a pena assisitir ao filme.

Abraços a todos;
Carlos Henrique.

Anônimo disse...

Daniel;

E observe que quando eu disse:"a trilha sonora é recheada de grandes sucessos da música sertaneja" eu apenas coloque a informação, mas não fiz nenhum juízo de valor. agora, se a gente gosta ou deixa de gostar é questão de cada um.

Abraço;
Carlos Henrique

Anônimo disse...

Daniel;

Só para complementar. Independentemente da gente gostar ou não, de algumas músicas de determinados gêneros elas são sucesso, certo? Eu por exemplo, não gosto de Aviões do Forró, mas existem músicas deles que são sucesso e que a galera gosta. E aonde essa músicas tocam, a galera vibra. Eu não gosto, não compro o CD/DVD, mas são sucesso. Fazer o quê?

Carlos Henrique.

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