Bem, hoje vamos falar sobre o que foi que aconteceu com este filme antes de estreiar (sic), porque estrear já aconteceu a algum tempo em todos os pontos alternativos de venda de DVD’s das grandes cidades brasileiras.
Parece que era a última sensação da moda francesa, assistir a versão “alternativa” (não gosto da palavra pirata) do filme Tropa de Elite, a bagaceira foi tão grande que eu cheguei a pensar que era um documentário e não um filme comum, com atores, texto, produção, direção de arte e fotografia, figurinos e os cambau (sic) que vem acompanhando a produção de um filme comercial. Logo percebi que era um equívoco de quem escrevia e/ou de quem lia.
A primeira nota que li nem lembro onde, falava de um filme aproveitador, parasita, que queria vender a qualquer preço, que queria denegrir a imagem da corporação da polícia militar fluminense e tudo mais, depois li que era o melhor filme nacional já feito de todos os tempos a oitava maravilha do mundo moderno, que o cinema nacional não seria mais o mesmo depois disto, parece que até o cara que escreve uma coluna na revista Veja que gosta de polêmica para poder continuar sendo muito lido tinha falado dele, este eu não li porque não perco meu tempo com as linhas escritas por ele, que não me lembro o nome agora, quem lembrar coloque nos comentários.
Não assisti por meio de “cópias de segurança” porque gosto de dar uma força para o cinema nacional, como finalmente o filme chegou oficialmente para a tela gigante vou ver.
Tenho opiniões de vários amigos que já viram, porque o primo do irmão do cunhado do vizinho do amigo do sogro da empregada da vó encontrou uma cópia na rua, assim jogada. Sabe como é né? Então já que estavam na sala como visita não impediram que passassem o filme, já que tal atitude seria de uma deselegância imensurável (gosto da palavra IMENSURÁVEL, é mó chicona.). Então, todos que me contaram algo sobre o filme me juraram que foram vítimas de estarem no local na hora da exibição e não estavam aliados aos maus elementos que pasavam o filme de maneira, hã..., como direi, ..., hum, ..., quer dizer, ..., de maneira,..., veja bem, ..., de maneira não oficial, pronto, todos foram vítimas, meus amigos estão totalmente inocentes nesta história. Que isto fique bem claro!!!!!!!!!!!! Nenhum deles pediram dinheiro emprestado para comprar bezerra, trocar cheque, comprar ou vender boi ou TV/Rádio, ou coisa que o valha.
Então, todos falaram (pelo que entendi da história todos que viram conseguiram no esquema de relacionamento citado logo acima) que o filme é bom, nem oportunista, nem o melhor que já se fez no Brasil. Apena Bom, como deve ser um filme! Apenas um filme, que fala de favela, pobreza, corrupção, marginalidade, só que agora com uma visão de um prisma um pouco diferente, agora é a polícia quem tem a palavra.
Meu, não vou me deter a falar muito da força policial porque não cabe isto aqui, mas é no mínimo genial inverter a polaridade da narração (nossa gastei todo o português agora, minha esposa ficará orgulhosa quando ler), ou seja, deixar que a outra parte conte a sua versão dos fatos.
Tem um ditado chinês se não me engano que é o seguinte:
“A história tem sempre três versões, a sua, a do outro e a verdade.”
“A história tem sempre três versões, a sua, a do outro e a verdade.”
Vamos ver o mesmo de sempre, só que agora com a incrível sacada de mudar o locutor, só por isto já merece um voto de confiança, além de ter Wágner Moura (Deus é Brasileiro e Carandiru) como protagonista.
Para não se alongar mais sobre um filme que vou ver ainda, é o seguinte.
1 – Filme nacional merece crédito e bilheteria, pois fazer filme no Brasil é uma epopéia, melhorou muito, mas continua ruim;
2 – Wágner Moura no papel principal com alguns novatos, tem cheiro de Cidade de Deus, que por si só já é um atrativo, desde que não esperamos uma outra versão do consagrado filme;
3 – Uma velha história contada de maneira inédita, podemos rever alguns conceitos e criar novos pensamentos sobre assuntos que parecem estar empoeirados em nossas cabeças de tanto que achamos que são verdades imutáveis;
4 – E por fim, Tropa de Elite já entra para a história do Cinema Tupiniquim (não é um termo pejorativo), como o primeiro filme que sofreu realmente com o mercado paralelo de filmes. Sobre pirataria e afins, falarei sobre em um outro momento, não agora, por ser um filme que foi muito assistido antes, por meio das cópias de segurança soltas por ai, tem o desafio de não só ser bom, mas ser BOM o suficiente para que as pessoas assistam novamente na telona. Um desafio que alguns bons filmes internacionais não conseguiram vencer!
Mas se souber usar a propaganda grátis que teve, porque polêmica sobre filme só serve para fazer propaganda grátis do filme, pois polêmica todos querem ver e ouvir para poderem dar suas opiniões totalmente “certas” sobre o assunto.
O último exemplo deste fato foi o filme “Turistas” que foi um balacobaco imenso e todos foram ver como estes cineastas de meia tigela, OUSARAM falar mal da "Cidade Maravilhosa" e de nosso Brasil varonil.
Não vou também seguir falando sobre o filme “Turistas” porque não vi, mas não vi porque não é uma temática que me atraia, também não vi “O Massacre da Serra Elétrica” (não estou falando do ex-Deputado Federal pelo Acre Hidelbrando Pascoal), também não vi “O Albergue”, o tema não me atrai, por isto não vi, mas “Turistas” teve uma bilheteria maior do que teria se não falassem sobre um assunto polêmico que interessava ao povo brasileiro particularmente.
Tropa de Elite não indico porque não vi. AINDA!
Mas que me deu uma vontade danada de ver antes deu.
Agora irei ao cinema curtir com a cabeça desarmada para ver um filme apenas, nada mais que isto, nem obra prima nem lixo oportunista, um filme.
Algumas vezes o cinema é só entretenimento! Outras vezes arte! E em outras formas de aguçar o pensamento. Por isto que o cinema é apaixonante!
Apesar de para alguns não ser "apenas" entretenimento e para outros não ser arte, para muitos é apaixonante.
Salve Todos e boa Sessão (que dúvida como se escreve SESSÃO, ainda bem que tenho contatos para assuntos políticos e lingüísticos)!
2 comentários:
É Mainardi. Diogo Mainardi o colunista da Veja a quem você refere-se... É o Mílton Neves da Veja... Um ou outro acerto, mas gosta de polêmica para fazer com que os leitores se manifestem e aumente o IBOPE dele!!
Excelente texto...
No filme "O Bom Pastor" o Robert De Niro mostra agentes da CIA estapeando russos e alemães em interrogatórios mesmo sem estado de guerra, e tem gente cheia de discurso falso-moralista por aí dizendo que o filme denigre governo/polícia/favela e que deveria ser menos divulgado. É a vida, e como diz o Capitão Nascimento: Quem disse que a vida é fácil?
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