terça-feira, 17 de março de 2009

Iron Maiden: Seventh son of a seventh son

O último capítulo da série sobre os grandes álbuns do Iron Maiden lançados durante a década de 80 e base da turnê Somewhere Back in Time Tour fala do belíssimo álbum Seventh son of a seventh son.
Depois de escutá-lo algumas vezes, mudei meu conceito sobre este disco. Muito bem trabalhado, uma história interessante e um fato desagradável marcaram a gravação deste álbum. Ao começar pela saída do espetacular guitarrista Adrian Smith após a turnê de lancamento do álbum.
Smith já vinha com a ideia de seguir carreira solo e com a decisão tomada o Iron necessitaria de outro guitarrista. Contrataram o ótimo guitarrista e dublê de acrobata Janick Gers como substituto para o próximo álbum – No prayer for the dying.
Voltando ao álbum, conta a história do nascimento do sétimo filho de um sétimo filho. Foi baseada no conto do inglês Orson Scott Card que, segundo a lenda, o novo messias viria sob a forma deste sétimo filho de um sétimo filho, com poderes inimagináveis, mas com duplicidade de caráter, ora para o bem como para o mal.
A diferença seria quem conseguiria manipulá-lo primeiro. Uma bela metáfora para o que chamamos de índole. Se este filho optar por fazer alianças com o cramunhão o mundo acabará nas trevas. Optando pelo lado bonzinho o mundo viverá seu lado tranqüilo e calmo. A capa tem um Eddie saindo de um lago em que segura em uma das mãos o sétimo filho envolto numa espécie de placenta.
Com revés conceitual, mais próximo do rock progressivo dos anos 70 do que o mal falado rock do final dos 80, este disco inseriu conceitos espirituais aos temas abordados pela banda. No campo instrumental foi acrescentado teclados em algumas músicas, com bons resultados. Vejamos o resumo das músicas presentes neste álbum:

Título: Seventh son of a seventh son
Ano: 1988
Duração: 44’08’’

Integrantes:
- Bruce Dickinson: vocal;
- Steve Harris: baixo;
- Dave Murray: guitarra;
- Adrian Smith: guitarra;
- Nicko McBrain: bateria;

Faixas:

1. Moonchild: Tem uma introdução no violão e Bruce Dickinson recita a estrofe inicial. As guitarras são rápidas e bateria entra em um ritmo alucinante. O baixo de Steve Harris segue a linha de sempre. A letra conta a lenda do nascimento do sétimo filho e a presença de um anjo das trevas aconselhando-o a seguir o caminho das trevas. Tenebrosoooo!!

2. Infinite dreams: A abertura tem um riff bem legal de guitarra e um baixo como base de fundo. A bateria é cadenciada, em um ritmo bem mais lento que na música anterior. A terceira parte da música é mais acelerada, com destaque para um belíssimo solo de guitarra no final. A letra fala basicamente de uma pessoa que tem pesadelos constantes, contrariando o título da música. Até que a faixa agrada, mas perde-se no conceito proposto no disco.

3. Can I paly with madness: Essa é para empolgar qualquer filho de quem quer que seja. Com um refrão que chega a arrepiar, é uma das minhas preferidas do disco. Não tem muita variação harmônica, começando com um riff legal das guitarras que será repetido no final da faixa. Só no meio da música, antes da repetição do refrão que entra um solo de guitarra. A bateria é de uma energia contagiante. O vocal de Bruce Dinckinson é sensacional, com uma letra falando do questionamento do sétimo filho sobre que caminho seguir. Um clássico!

4. The evil that men do: Esta tb é um classico. É a preferida de toda a carreira do Bruce Dickinson no Maiden. Eu gosto bastante do vocal, com uns agudos impressionantes. A introdução é um acorde de guitarra magnífico, em seguida entrando um numa melodia diferente. Além de um refrão forte, um verso interessante é o que precede o refrão – “ Don’t to cry for me” . A frase faz sentido na letra que é baseada em um texto de Shakespeare que diz:
"O mal que os homens fazem vive após os homens morrerem, mas a bondade é enterrada juntamente com seus ossos".
Supostamente, o sétimo filho teria tido uma paixão ao modo shakesperiano de relatar tragédias amorosas (vide Romeu e Julieta). Se bem que prefiro o Romeo and Juliet do Dire Straits.

5. Seventh son of a seventh son: Esta faixa - título conta toda a história sobre a lenda do sétimo filho do sétimo filho. Na letra é bem conceitual. Na melodia é estupenda. Com quase 10 minutos tem tempo de sobra para se fazer experimentalismos, inclusive com um coral parecido com aqueles cantos gregorianos ao fundo, passando uma sensação de sofrimento no nascimento deste filho. A música confunde qual a origem desta “criança”, se nesta faixa ou na primeira. Não importa porque esta faixa é bem orquestrada, fugindo do esteriótipo de que músicas grandes são apenas para os músicos mostrarem sua técnica e para dar sono na platéia.

6. The profecy: É sobre a profecia proferida pelo sétimo filho. Como ninguém acreditou a Terra desandou e tudo terminou em trevas e no fogo ardente do inferno. Uma música bem feita, mas que não me chama muita atenção.

7. The clairvoyant: Outro clssico. Tem uma das mais belas introduções de baixo da banda de Steve Harris. Tem um teclado que não fica em evidência, entretanto cadencia bastante os riffs de guitarras entre uma estrofe cantada e outra. A bateria tem uma virada muito boa, sem sair do ritmo que a música necessita. A letra fala do poder de clarividência que o sétimo filho tem ao nascer. E como um observador externo pergunta-se: ´
But for all his powercouldn't foresee his own demise... and reborn again?”
"Mas por todo o seu poder não poderia prever sua própria morte... E nascer novamente?"
Uma canção sensacional!

8. Only the good die young: Fechando este excelente álbum, uma música pouco conhecida dos fãs do Iron. Belos solos de guitarras narrando o desfecho trágico do mal vencendo o bem. Relamente finaliza bem o álbum.

Estes sete álbuns que comentamos formam, basicamente, a melhor fase do Iron Maiden. Não falarei do álbum Fear of the dark porque este não foi produzido na década de 80, mesmo a faixa titulo sempre presente nos shows da turnê.
Esta série visava mostrar uma banda com grandes variações musicais e temáticas, fugindo da ideia que banda de heavy metal são apenas guitarristas virtuosos e letras sem nexo. Gostemos ou não de determinadas bandas, temos que respeitá-las por vários motivos, entre eles a sua historia. O Iron Maiden é uma delas.

Conto os minutos para o show histórico desta sexta feira (20/03) aqui em Brasília. Estaremos no Mané Garrincha cobrindo, e principalmente, curtindo este grande momento para os todos os fãs.
Agora é só esperar Bruce Dickinson e cia entrarem no palco e gritar:
Scream for me Brasília!!!”
Abraços. Up the Iron!
Danilo Duff.

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